FAPS agosto 2015 - Verónica Estay-Stange & Denis Bertrand

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Fórum de Atualização em Pesquisas Semióticas

 

1. A pertinência do conceito de "musicalidade" na teoria semiótica
por Verónica Estay-Stange (Sciences-Po, Paris)

Quais seriam, sob o ponto de vista da sua estrutura, as propriedades comuns a todas as artes? Seria possível estudar as formas artísticas em termos de consonância, ritmo ou andamento? Haveria, afinal de contas, bons motivos para se falar em uma "música do poema" ou em uma "música da pintura"? Nossa hipótese de partida é a seguinte: o sensível, na arte, organiza-se e manifesta-se por meio da musicalidade, concebida como alicerce dos discursos estetizados e do conteúdo figurativo que veiculam. Essa é a ideia a ser testada, em busca de um modelo transversal de análise dos fenômenos artísticos.


estay-stangeVerónica Estay-Stange defendeu na Universidade Paris 8 uma tese de doutorado em literatura francesa e semiótica. Juntamente com Denis Bertrand, traduziu, do espanhol para o francês, o livro La maison et l'escargot, de Raúl Dorra (Paris, Hermann, 2013). Publicou em 2014 a obra Sens et musicalité. Les voix secrètes du symbolisme (Paris, Classiques Garnier). Atualmente, Estay-Stange atua como professora de semiótica em Sciences-Po, Paris.

 


2. Variações sobre a "virada fenomenológica" da semiótica
por Denis Bertrand (Université Paris 8 Vincennes - Saint-Denis)

"Como dizer o sensível"? Ainda que a restrinjamos a uma perspectiva semiótica, essa pergunta tem uma grande envergadura. Originando-se no corpo imerso na experiência contínua do real, o sensível remete, antes de mais nada, à percepção e às condições de sua expressão na linguagem, contra esse pano de fundo de "realidade". Pelo sensível, a instância corporal enuncia sua relação ao mundo, sentindo-se e constituindo-se no mesmo ato. Mas, por outro lado, o sensível se expressa e se deposita no texto. O ponto de vista pode, assim, deslocar-se: nada nos impede de considerar que o sensível também se origina no produto de sua expressão e que, sob essas condições, o filtro do texto vem modular e remoldar a experiência. A questão passa a ser, a partir de então, "como se diz o sensível"? Eis a dupla questão que propomos explorar neste encontro.


bertrandEx-aluno de A. J. Greimas, Denis Bertrand, autor da conhecida obra Caminhos da Semiótica Literária, leciona literatura francesa e semiótica na Universidade de Paris 8 Vincennes – Saint-Denis, sendo também docente de semiótica do discurso social em Sciences-Po, Paris (École de la Communication). Membro do Conselho Científico da Cidade de Paris, ele é o atual presidente da Associação Francesa de Semiótica. Suas pesquisas, girando em torno das relações entre fenomenologia, retórica e figuratividade, incidem, antes de mais nada, sobre dois domínios: a literatura e suas relações com a pintura (século XIX), por um lado, e, por outro, os discursos midiático e sociopolítico (intervém regularmente em programas de televisão, nos canais Public Sénat e France 5). Ao lado de J. -F. Bordron, I. Darrault e J. Fontanille, o professor Bertrand é, além disso, um dos coordenadores do Seminário Semiótico de Paris.


Sexta-feira, 21 de agosto de 2015.
Das 15h00 às 18h00. 
Prédio de Letras USP, sala 266.

O encontro é aberto a todos os interessados. Não é necessário inscrever-se previamente.

 

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