FAPS – Fórum de Atualização em Pesquisas Semióticas
Sexta-feira, 22/10/2021, 14h00, via Google Meet.
Além dos alfabetos: Um panorama dos Sistemas de Escrita
por Paulo Chagas de Souza (Departamento de Linguística FFLCH-USP)
Como os alfabetos, que representam tanto consoantes quanto vogais da mesma maneira são os sistemas de escrita mais difundidos no mundo, além de serem usados nas línguas europeias em geral, é fácil pensar que todo sistema de escrita é um alfabeto. No entanto, existem vários tipos de sistemas de escrita com características distintas dos alfabetos propriamente ditos. Os abjads representam graficamente essencialmente as consoantes, podendo também representar certas vogais. Os abugidas representam as vogais como diacríticos acrescentados às consoantes, a não ser quando a vogal não é precedida de consoante na sílaba em que se encontra. Há ainda sistemas que representam essencialmente não segmentos fonológicos, mas unidades de significado, principalmente morfemas, como a escrita chinesa. Como Coulmas (2003) afirma, cada sistema representa algo num continuum entre o significante puro e o significado puro. Sistemas aproximadamente localizados nesses extremos são, respectivamente, o alfabeto fonético internacional e a escrita bliss. Essa palestra fará um panorama dos tipos de escrita existentes.
Paulo Chagas de Souza fez a graduação e a pós-graduação em Letras na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Na graduação cursou inglês e português. Sua dissertação de mestrado teve como título Os artigos e a definitude: um estudo comparativo das línguas romena, húngara, búlgara, albanesa e grega. Sua tese de doutorado teve como título A Alternância Causativa no Português do Brasil: Defaults num Léxico Gerativo. Durante o doutorado teve bolsa-sanduíche na Stanford University, em Palo Alto, Califórnia. Quando ingressou como docente na FFLCH/USP passou a se dedicar principalmente à fonologia, mas também à morfologia. Fez pós-doutorado entre 2008 e 2009 na Universiteit Leiden em Leiden, Países Baixos. Seus interesses não se restringem à fonologia e à morfologia. Nos últimos anos tem atuado na área que tem sido denominado recentemente de grafolinguística, além de ter mais claramente adotado um olhar baseado na tipologia linguística.
Sexta-feira, 22 de outubro de 2021
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