FAPS - abril 2023 - Audrey Moutat

FAPS – Fórum de Atualização em Pesquisas Semióticas
Sexta-feira, 28/04/2023, 14h00 - horário de Brasília - em modo remoto via Google Meet 

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Da experiência ao conhecimento, percurso semiósico da sensibilidade

por Audrey Moutat (CeReS – Centre de Recherches Sémiotiques – Université de Limoges)

 

A partir da ideia de que existiria uma continuidade, ou comunidade de organização, entre percepção e linguagem, esta explanação propõe um retorno à semiose perceptiva, esboçando o percurso da significação sensível, desde a percepção até sua conceptualização.

 

Evocaremos os estudos semióticos já dedicados ao sensível, a fim de situar nossa posição e pôr em destaque a sucessão de inferências que permite o advento da significação sensível.

 

Pensaremos, então, a semiótica como uma teoria do conhecimento procedente de um desdobramento reflexivo. Por um lado, ela assume diversos objetos a estudar. Por outro, ela se interessa pelas condições do conhecimento de tais objetos.

 

Esta apresentação tem, por conseguinte, o objetivo de questionar a essência mesma da semiose perceptiva e, singularmente, o problema da estrutura e do papel por ela desempenhado na elucidação de uma teoria do conhecimento do mundo sensível.

 

Trataremos, então, de demonstrar que o conhecimento sensível assenta sobre núcleos elementares de significação, os quais, sobre a tela de fundo da comunidade de organização das estruturas envolvidas, podem explicar fenômenos pertencentes aos mais variados campos sensíveis. Inferiremos, assim, que a complexidade do mundo fenomênico poderia ser reduzida, na realidade, a um conjunto finito de estruturas esquemáticas. Contidas em tal sensorium commune (Herder), essas estruturas permitem explicar, no mais profundo nível do mundo sensível, como dois fenômenos podem manifestar uma organização compartilhada e como podem ser agrupados sob um único conceito.

 

Consequentemente, as sinestesias não passariam de ativações diretas e imediatas dessas correspondências esquemáticas: instantâneas no caso do sinesteta ou convocadas no caso de um sujeito qualquer, elas permitem orientar a atenção dos sujeitos para as propriedades estruturais dos objetos sensíveis, alcançando-se então um melhor conhecimento da fenomenalidade do mundo.

 

 


Audrey Moutat é maître de conférences em Ciências da Linguagem e em Ciências da Informação e da Comunicação na Universidade de Limoges, França. Pesquisadora do Centre de Recherches Sémiotiques (CeReS), desenvolve estudos sobre a semiótica da percepção e a comunicação do sensível. Suas investigações incidem sobre os dispositivos de mediação e midiatização do sensível envolvidos em diferentes objetos, tais como os textos, a fotografia, os objetos do design, digitais e sonoros.

 

Entre as suas principais publicações estão as obras: Son et sens, Liège, Sigilla, Presses Universitaires de Liège, 2019 (236 p.) e Du sensible à l’intelligible. Pour une sémiotique de la perception. Préface de Jean-François Bordron, Limoges, Lambert-Lucas, 2015 (260 p.).

 

 

 

Sexta-feira, 28 de abril de 2023
Das 14h00 às 16h00 - horário de Brasília
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Encontro aberto a todos os interessados. A palestrante falará em francês.
 

 

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